Migrar. Ir e voltar e ir. Um trote suave, observo seu cabelo, seus olhos, a boca, o peito, as mãos. Corridas ao mar. Voltar só, ser muitos, ser outros depende do território. Uma praia uruguaia, a Escollera na Cidade Velha que desaparece pela ampliação do porto de Montevidéu. Você desacomodou minha casa, mas nossos caminhos eram paralelos. Quais são hoje os controles políticos que delimitam nosso movimento corporal entre os territórios e as fronteiras? A tentativa de habitar o fim do mundo com um trote suave. Ir e voltar e ir entre poéticas da migração. Tentativas de montar uma casa que constantemente se desfaz em diversos países. A sensação de que ficamos quebrados, porque uma parte de nós foi levada pelo outro. Porque uma parte de nós fica no país do outro.