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Goteira (Brasil)

de Bárbara Pineda Serafim Cardoso Gomes

Sinopse

 

O suporte poético de goteira acontece no desejo de entrelaçar passado, presente e futuro, anunciando, pela simbologia que o papel celofane desbotado conjura em sua materiali-dade, uma ruptura na composição outrora azulada da cena.


 

O papel celofane engolido (e depois extraído com a ajuda das mãos) pela artista conjura um signo material e visual que rompe a composição outrora azulada da cena e traz em si os gestos que conjuram a cena principal: engolir/regurgitar ou, para goteiras, encher e transbordar.

 

Apesar de visualmente minimalista e talvez “silencioso”, o trabalho intenta ser um grito de ondas infra-sonoras que acusa as violências pequenas e grandes, eventuais e cotidia-nas que os corpos femininos sofreram e permanecem sofrendo até os dias presentes. Essas violências são a goteira: que pingando sem parar, vão uma a uma enchendo o balde de nossas fúrias até que possamos conjurar esta enchente para forjar novas reali-dades para as mulheres do futuro.

ficha técnica

Concepção, performance e pós produção: Bárbara Serafim

Captura de imagem: Ryan Lebrão

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